Ao todo, o BNDES desembolsou R$ 32,9 bilhões para empresas controladas pelo grupo Odebrecht. Em valores atualizados em setembro de 2019, o desembolso total para a Odebrecht equivale a R$ 51,3 bilhões.
Os desembolsos realizados para a Odebrecht entre 2008 e 2015 concentram 89% do total realizado para o grupo entre 2003 e 2018.
R$ 15,3 bilhões foram emprestados ao Grupo, em sua maioria para projetos de infraestrutura no Brasil.
R$ 1,5 bilhão foi investido em ações das empresas OTP, do setor de transportes, e Atvos do setor agropecuário, ambas controladas pela Odebrecht.
R$ 16,1 bilhões foram utilizados na exportação de bens e serviços de engenharia em 10 países que contrataram a Construtora Odebrecht para realizar obras de infraestrutura, entre eles, Angola, Argentina, Cuba e Venezuela. Nestes financiamentos, os recursos foram liberados para a empreiteira, mas quem assume a dívida é o país contratante.
O BNDES depende da evolução dos processos de recuperação judicial das empresas do Grupo Odebrecht para discriminar as perdas efetivas.
O valor total de perdas, já realizadas ou potenciais, para o BNDES ou a União é, em valores convertidos e atualizados, de R$ 14,6 bilhões.
Desse total, o valor de R$ 3,7 bilhões (US$ 900 milhões convertidos pelo câmbio de 25/9/2019) está relacionado a perdas da União em créditos no financiamento à exportação. Isto porque o FGE (Fundo Garantidor de Exportações) indeniza o BNDES por todas as inadimplências geradas pelos países importadores.
Da quantia restante de R$ 10,9 bilhões, o valor de R$ 8,7 bilhões, atualizado até maio de 2019, refere-se ao total dos créditos do BNDES apontados na recuperação judicial do Grupo Odebrecht.
Com a venda de ações da Atvos pelo BNDES, a perda efetiva em valores atualizados é de R$ 800 milhões e, com a OTP, a perda potencial das ações ainda em carteira é de R$ 1,4 bilhão.
Os valores das perdas potenciais relacionadas às empresas em recuperação judicial foram totalmente baixados nas demonstrações financeiras do Sistema BNDES.
Com as descobertas das investigações, a primeira medida do Banco foi suspender qualquer tipo de desembolso a essas empreiteiras. Além disso, o BNDES estabeleceu políticas mais rígidas para os desembolsos futuros, sempre em alinhamento com o Plano de Ação do Tribunal de Contas da União (TCU). Juntas, essas medidas impediram que US$ 11 bilhões (valor equivalente a mais de R$ 40 bilhões em setembro de 2019) já contratados fossem liberados.
Ficou claro? Se você tem dúvidas sobre outros casos que nos envolvem e quer conhecer mais sobre as ações do BNDES, dê uma olhada no restante do site. E lembre-se: o BNDES está aberto pra você. Está aberto para o desenvolvimento do Brasil.